sábado, 10 de dezembro de 2011

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Há dias uma senhora negra veio-me perguntar, na parte do material de escritório do jumbo do Arrábida Shopping, se eu sabia quais eram os marcadores próprios para utilizar em roupa. Já tinha perguntado a uma das funcionárias que, pelos vistos, fora simpática como um cavalo, deixando a senhora sem resposta. Ao ver-me ali, meteu conversa e, enquanto eu a ajudava a procurar os marcadores, lá me explicou que eram para escrever os nomes dos filhos nas batas do colégio. Era uma senhora doce, simpática, de sorriso fácil e muito bem vestida. Uma senhora, portanto. Enquanto procurávamos os marcadores, passou por nós um grupo de mulheres que, a avaliar pelo comportamento, só podem ser atrasadas mentais. Ao ver-nos ali, contornaram-me a mim, não me tocando -dando, para isso, uma volta maior- e deram encontrões à senhora negra para passarem, deitando ao chão as coisas que ela tinha na mão. Claro que poderiam ter feito sem querer mas o facto de nem se dignarem a pedir-lhe desculpa, mesmo perante o nosso ar atónito, só me provou que isto ainda existe. Isto de continuar a haver gente estúpida, sem qualquer educação e que acha que é melhor do que os outros só porque sim. Pessoas que nunca devem ter lido um livro ou saído de casa e, portanto, têm a mentalidade da espessura de um calhau. E acham que são melhores do que as outras pessoas só porque são brancas. E é tão triste.

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